Dilma e Cabral inauguram teleférico do Complexo do Alemão

07/07/2011 - Agencia Rio

A presidenta da República, Dilma Rousseff, e o governador Sérgio Cabral inauguraram, na manhã desta quinta-feira (7), o teleférico do Complexo do Alemão, o primeiro sistema de transporte de massa por cabo do Brasil. Dilma percorreu todo o percurso, ao lado do governador, em uma das 152 gôndolas. O sistema, que teve investimento de R$ 210 milhões, vai fazer 30 mil viagens por dia.

Ao chegar à estação do Alemão, Dilma e Cabral entregaram à comunidade um posto do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e uma agência dos Correios. Em seguida, eles foram ao Morro do Adeus para a inauguração oficial do teleférico. O vice-governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes também participaram da solenidade.

Para a presidenta Dilma Rousseff, o novo meio de transporte das comunidades do Alemão e da Penha é resultado da parceria entre os governos federal e estadual, que começou ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rousseff lembrou ainda os benefícios que o teleférico, símbolo do Programa de Aceleração do Crescimento e novo cartão de visita da região, traz para a população: paz, cidadania acessibilidade.

"Investir no Alemão e construir esse teleférico, uma obra necessária e muito bonita, mostra respeito ao cidadão, que conta com um equipamento com as melhores tecnologias de transportes de massa. Hoje, os moradores ganharam o respeito e a cidadania que merecem. Eles terão acesso a equipamentos de cultura e muito serviços públicos.Tenho orgulho de ter feito parte do processo de pacificação das comunidades", afirmou a presidenta.

Depois de agradecer pelo apoio do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff para viabilizar as obras do PAC em comunidades carentes do estado, Cabral lembrou o momento em que decidiu incluir a implantação do teleférico nos projetos previstos para o Complexo do Alemão. Ele disse que, em março de 2007, foi a Medelín em companhia do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, para conhecer o processo de pacificação nas comunidades daquela cidade e visitou o teleférico de lá.

"Na época, eu pensei: como pode uma cidade tão mais pobre que o Rio de Janeiro como Medelín ter um teleférico com urbanização e paz e o Rio de Janeiro não ter? Então, hoje, estamos dando dignidade e mobilidade às pessoas que gastavam uma hora, uma hora e meia, para se locomover. Pessoas idosas que não conseguiam sair mais de suas casas por dificuldade para subir e descer as ladeiras. Por isso, eu peço a todos compreensão, solidariedade e cuidado com o teleférico", disse o governador.

O teleférico, uma das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tem uma extensão de 3,5 quilômetros, de Bonsucesso, onde se integra aos trens da Supervia, até a última estação, no Morro da Fazendinha/Palmeiras. O percurso de uma ponta a outra, passando pelas estações das comunidades do Adeus, Baiana, Alemão e Itararé, é feito em 15 minutos, 35 minutos a menos do que uma viagem de ônibus.

No primeiro mês de funcionamento do teleférico, a população e os visitantes não precisarão pagar passagem. A tarifa será de R$1 para moradores, que terão direito a duas gratuidades por dia, e visitantes. Haverá ainda integração gratuita com a SuperVia: o usuário que usar o teleférico e o trem pagará o valor do bilhete ferroviário, R$ 2,80. Para os turistas, foi criado um pacote especial, de 12 bilhetes unitários a R$ 10.

O Governo do Estado também está desenvolvendo um projeto para estender a linha do teleférico até a Igreja da Penha e ao Estádio João Havelange, o Engenhão, a partir da estação Fazendinha. Outra ação é o desenvolvimento de um estudo para viabilizar o transporte na Rocinha, por meio de linhas de financiamento concedidas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Moradores comemoraram inauguração

Os moradores dos Complexos do Alemão e da Penha ficaram ansiosos com a inauguração do teleférico que marca mais uma etapa de mudanças na vida da comunidade pacificada. Morador da Nova Brasília há 30 anos, o aposentado Manuel Ferreira nunca tinha circulado pelo complexo. Com o novo meio de transporte, ele poderá visitar parentes e vizinhos e ter acesso a outros pontos da região.

"Eu estou muito feliz com o teleférico. Quero muito dar o meu primeiro passeio ainda hoje. Vai facilitar a minha vida, e ainda poderei fazer turismo. Além do teleférico, que tem estações lindas, nós estamos ganhando muito com a pacificação: mais obras, dignidade e emprego. Temos muito o que festejar", afirmou Seu Manuel, que tem 75 anos.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Robson Sensação e Ana Paula Gomes, moradores do complexo, também estão comemorando a inauguração do meio de transporte que facilitará a vida da população. Ana Paula nasceu na comunidade há 35 anos e Robson mora há 20 anos, e sabem bem das dificuldades de locomoção.

"Para nós, o teleférico será um diferencial. É uma obra que valoriza as nossas casas, facilita a chegada em outros pontos e permite que possamos até fazer compras, sem termos que carregar peso durante o percurso entre o asfalto e o morro. A melhoria será enorme - contou Robson.

Obras do PAC no Complexo do Alemão

Somente no Complexo do Alemão, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já entregou: 728 Unidades habitacionais; o Colégio Estadual Jornalista Tim Lopes; um complexo esportivo; um Centro Educacional de Educação Tecnológica e Profissionalizante (Cetep); uma UPA 24 horas; áreas de lazer e esportiva; a instalação de 24.291 metros de redes esgotos; 15.400 metros de redes de drenagem; e a pavimentação de 30 quilômetros de rua.

Famílias que moravam em áreas de risco foram retiradas e realocadas em 592 apartamentos nos condomínios Jardim Acácias e Jardim Palmeiras, construídos pelo Programa Federal Minha Casa, Minha Vida. Estão em construção ainda 192 imóveis. Todas as obras foram realizadas com recursos dos governos federal e estadual, totalizando R$ 725 milhões.

PB